terça-feira, 2 de julho de 2013

Universidade Monstros | Resenha

Saudosismo marca o retorno ao passado e aos dias de Mike Wazowski e Jimmy Sullivan como universitários


Parece que foi ontem... Lembro-me de ir ao cinema por volta dos 7 anos juntamente com meu tio para ver uma simples animação infantil da Disney. No entanto, após aquela sessão, minha mente ficou marcada por umas das mais brilhantes animações já desenvolvidas, Monstros S.A! Agora, doze anos depois, uma  sequência genial chega as telonas: Universidade Monstros.
A trama mostra as origens da dupla que, em sua fase adulta, é a campeã em sustos da companhia de energia da cidade de Monstrópolis. O pequeno Mike Wazowski (Billy Crystal) é um sonhador e esforçado monstrinho que quer ser um grande assustador. Para isso, ele deve cursar uma das melhores faculdades no quesito sustos: a Universidade Monstros.
Assim como de costume nos filmes da Pixar, Universidade Monstros não é feito só para divertir, mas aprofunda-se em questões sociais e morais. Quando o estudioso Mike topa com popular Jimmy Sullivan (John Goodman), filho de um grande assustador que já chega ao campus com uma certa reputação, fica claro que, para a amizade começar a tomar forma, algo precisa mudar. Por ser um curso extremamente concorrido, é muito difícil ser bem sucedido no programa de sustos. A severa diretora Hardscrabble (Helen Mirren) exige de seus alunos uma mistura de talento nato e conhecimento técnico, algo que nem Mike nem Sullivan têm por completo. Resta recorrer aos Jogos de Susto, competição anual que premia a fraternidade mais assustadora da Universidade Monstros.
Dentre inúmeras fraternidades, nenhuma das quais aceitará os renegados, eles encontram a Oosma Kappa (OK). Formada somente por deslocados e esquisitos que também foram reprovados no Programa de Sustos, a OK precisa de apenas mais dois integrantes para participar dos jogos. Está formado, então, o grupo que tem de tudo para perder a competição.
É possível prever que o filme mostrará apenas vitórias para a adorável OK e seus membros. No entanto, enquanto Mike e Sullivan não se entendem e colaboram um com o outro, explorando suas habilidades e expondo suas fraquezas para que essas sejam repostas por algum colega, nada funciona. E é aí que entra a primeira lição de Universidade Monstros, que institui a importância do trabalho em equipe.
Em um momento no qual o avanço tecnológico parece ser mais importante que roteiro e construção de personagens, é confortante saber que ainda há uma certa preocupação com o enrendo. A Pixar mantém seu selo de qualidade, dá foco e estabelece uma gratificante meta final, que acerta no desenvolvimento da trama e da narrativa. Abordando temas como bullying, superação de obstáculos e o valor dos estudos sem ser cafona, o estúdio faz de Universidade Monstros um filme convidativo a adultos e crianças de todas as idades, que conseguem se indentificar com os personagens e formar paralelos com suas próprias vidas. O maior acerto de Universidade Monstros é provar que existem inúmeros finais felizes ao longo de uma vida.
Um prelúdio a Monstros S.A. não era esperado. Após os últimos momentos do filme de 2001, que deixa pendente um reencontro entre Sulley e Boo, seria óbvio mostrar uma possível amizade entre o monstro azul e a criança. Mas a Pixar foi inteligente demias ao manter íntimo aquele momento único, nos mostrando que voltar ao passado e apreciar mais a história da amizade entre a bola verde e o grandalhão azul expande de forma inteligente o universo que conhecemos dez anos atrás. 

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