Remake acerta em cheio e questiona: 'O que faz de um homem um homem?'

Qual seria então a ideia certeira para um novo Robocop? O diretor carioca José Padilha tinha a resposta. 'Simples ' - disse ele, em uma reunião com os executivos - 'Estamos em 2028, e ninguém precisa mais pilotar os drones, os autômatos tomam suas próprias decisões. '
Na cena que abre o longa, vemos justamente esses robôs patrulhando o Teerã revistando homens mulheres e crianças ao mesmo tempo em que Bill O´Reilly (Samuel L. Jackson), um âncora da TV americana, pergunta ao vivo para milhões de americanos: 'Por que só aqui não se pode poupar a vida de policias e de militares dessa forma? Por que a América, afinal, é tão robofóbica? '
Na cena que abre o longa, vemos justamente esses robôs patrulhando o Teerã revistando homens mulheres e crianças ao mesmo tempo em que Bill O´Reilly (Samuel L. Jackson), um âncora da TV americana, pergunta ao vivo para milhões de americanos: 'Por que só aqui não se pode poupar a vida de policias e de militares dessa forma? Por que a América, afinal, é tão robofóbica? '
E é exatamente esse o eixo em torno do qual a trama se desenvolve: os americanos rejeitam a ideia de que um autômato possa decidir sobre a vida de uma pessoa, e só nos Estados Unidos isso acontece.
A OmniCorp, corporação que produz as máquinas, esta proibida de expandir seus negócios no maior mercado do mundo. Mas, quem sabe a população não mude de ideia se dentro de um autômato houvesse um homem, pensa Raymond Sellars (Michael Keaton) CEO da OmniCorp. Tal homem vem a ser Alex Murphy (Joel Kinnaman), depois de ser gravemente ferido e mutilado em um atentado.
As diferenças do longa com o original são claramente visíveis, comparar o Robocop do Padilha com o clássico que Verhoeven fez é pedir para se decepcionar: são filmes completamente diferentes. A premissa básica - a de Alex Murphy sendo fundido a um corpo cibernético para combater o crime - é a mesma. Mas Padilha bolou uma história em que a automação da polícia precisa de um rosto humano para ganhar a opinião pública. Lidar com a perda de sua humanidade logo de cara é um dos conflitos mais interessantes do protagonista, que perde o livre arbítrio involuntariamente por conta da influência que a máquina exerce em seu cérebro. Logo, a busca pelo equilíbrio é o que impulsiona o filme de Padilha, que deixa claro que um remake para ser bom não precisa ser uma cópia.
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